terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Rihanna e Chris Brown dão um tapa na sua cara


 Desde ontem um dos assuntos que mais estão sendo comentados nos blogs e redes sociais é a parceria entre Rihanna e Chris Brown, que acabaram gravando duas músicas juntos e que foram divulgadas ontem.
 Pra quem não sabe ou se esqueceu; Rihanna e Chris Brown já foram namorados há alguns anos atrás até que em 2009 Chris a agrediu deixando-a muito machucada. O acontecido rendeu uma polêmica absurda (o que não é pra menos, já que agressão à mulher é uma atitude muito desprezível).
 O fato é que quando menos esperávamos a Rihanna resolve ter seu nome vinculado ao de seu agressor com essas parcerias musicais indo contra os fãs e todos aqueles que a apoiaram num momento muito triste de sua vida. Como resultado, temos os rumores de que a gravadora da Rihanna recusou lançar o single no Itunes e de ter sido totalmente contra qualquer tipo de parceria musical entre os dois. Seria este o princípio de uma carreira fadada ao declínio?
 Dei uma lida em diversos textos pela internet e o que mais resumiu de uma forma extremamente completa o que penso à respeito foi o do André Pacheco lá no blog Vestiário. Quando encontro alguém que escreve tão bem, gosto de divulgar, é claro, dando os devidos créditos. Deixo até a dica pra vocês darem uma passadinha lá e ler mais textos do André.

Rihanna e Chris Brown dão um tapa na sua cara
Uma das desvantagens, por assim dizer, em ter um site sobre o universo pop é nunca ter férias. Ou, poder se dar ao luxo de se desligar por alguns dias. Afinal, é carnaval pelas bandas de cá do mundo e vamos aproveitar o feriado prologando para falar de Rihanna. E não é coisa boa.
Em 2009, pouco antes do Grammy, Rihanna levou uma surra do até então namorado Chris Brown. Comoção geral, claro. Violência contra a mulher, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, ainda é tabu. Ainda é um tema delicado. Infelizmente, a gente ainda tem aquele velho dogma do “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. E daí, quando é uma das cantoras mais faladas do momento leva a colher na fuça, e sai toda desfigurada e machucada, é um ótimo momento para levantar o debate.
Não que ela tenha se transformado na porta-bandeira de uma causa, mas as circunstâncias fazem com que a cantora, enquanto figura pública, fosse eleita mesmo que indiretamente como um ícone dessa luta. E a gente sabe, que em se tratando do pop e tudo mais que ele engloba, alguns papéis não podem ser declinados.
Violência contra a mulher é coisa séria e envolve vários melindres. Não é apenas uma briga que acaba depois que os ânimos se controlam. É como a violência sexual, trazendo à tona como a nossa sociedade encara a mulher numa posição de submissão ao homem. A surra que Chris Brown deu em Rihanna é apenas a ponta do iceberg. Não somente a vida do casal que discutimos, é a vida de todas as mulheres que dia após dia são espancadas, machucadas e violentadas por seus companheiros.
Rihanna, em um momento de infantilidade extrema, se rendeu a um marketing fugaz e vulgar. Rumores sobre um possível dueto com o seu antigo algoz perambulavam pela internet. Como uma criança mimada sem a mínima noção de seus atos, ela foi ao mais baixo que poderia chegar em sua carreira, e em dose dupla. Na noite passada, dia 20 de fevereiro, virem à luz duas faixas. A primeira é um remix de “Turn Up The Music”, último single de Brown, e a segunda é a versão completa de “Birthday Cake”, elogiadíssima interlude do mais recente disco da cantora “Talk That Talk”.
As duas músicas são, em todos os quesitos, de gosto duvidoso. Chris Brown, que tenta levar a carreira como um novo Michael Jackson, sempre foi, e sempre será, um artista medíocre. A questão não é perdoar Brown pelo seu ato ou por sua personalidade desprezível, mas sim suportá-lo como uma funesta e caricata figura pública. Para qualquer músico com o mínimo de bom senso, dividir um trabalho com ele já seria o suficiente para uma passagem, sem volta, rumo ao limbo.
Se Rihanna não quis ser a Maria da Penha global, é um direito dela. Mas, o mínimo que se esperaria, é um pouco de amor próprio e respeito. Perdão? É um gesto nobre, bonito e louvável. Mas se humilhar? Jogar por terra toda a indignação pública? Dar um tapa quase que literal em todos que, de certa forma, também sentiram as dores que ela sentiu em 2009? Isso é imperdoável. Desculpem os que ousam defender a parceria musical dos dois, mas o que Rihanna fez é degradante.
Ela merece outra surra? Não, nem ela nem ninguém merece violência. Rihanna, infelizmente, é digna apenas de pena.
 Créditos: Texto em destaque por André Pacheco do blog Vestiário.